segunda-feira, abril 25, 2011

A Rua do Deslumbramento


Quando Abril chegou e me apanhou de surpresa, pegou-me na mão e largou-me na Rua do Deslumbramento. Um pouco atónita mas seguindo o meu instinto, corri a abrir as portas que estavam trancadas, serrei as grades que cobriam as janelas e logo os sonhos, em catadupa, saíram para a rua e começaram a tentar voar sem se aperceberem que as suas asas há muito haviam sido cortadas. Tropecei nas palavras que corriam desordenadas, depois de tantos anos de silencio e reparei na única casa que não tinha trancas nem grades; à soleira da porta, de mão dada, estavam o pensamento e o ideal e, ainda incrédulos, sorriam.

Comecei a percorrer a rua com todos os meus sentidos à flor da pele e com um desejo enorme de partilhar o que sentia. Foi então que os meus olhos encontraram brilho nos olhares, os meus ouvidos música nas vozes , as minhas mãos calor em tantas mãos e descobri... afinal existes, LIBERDADE!

Maria de Fátima Martins

2 comentários:

  1. Adorei! Tanto que já o "roubei" para o divulgar nas minhas andanças poéticas do "Palavras Vivas".

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