sexta-feira, abril 15, 2011

Mulher ao Mar

*



MAYDAY lanço, porque a guerra dura

e está vazio o vaso em que parti

e cede ao fundo onde a vaga fura,

suga a fissura, uma falta - não

um tarro de cortiça que vogasse;

especifico: é terracota e fractura,

e eu sou esparsa, e a liquidez maciça.

Tarde, sei, será, se vier socorro:

se transluz pouco ao escuro este sinal,

e a água não prevê qualquer escritura

se jazo aqui: rasura apenas, branda

a costura, fará a onda em ponto

lento um manto sobre o afogamento.


Margarida Vale de Gato

... ainda no rescaldo de ontem à noite - Quintas de Leitura :)

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